PASSIFLORACEAE

Passiflora miersii Mast.

Como citar:

Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho; Tainan Messina. 2012. Passiflora miersii (PASSIFLORACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

1.172.014,368 Km2

AOO:

252,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

Nativa desde o Panamá até a Argentina. No Brasil, ocorre no Nordeste, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná (Bernacci et al., 2003; Cervi, 1997).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho
Revisor: Tainan Messina
Categoria: LC
Justificativa:

<i>Passiflora miersii</i> caracteriza-se por trepadeiras lenhosas, hermafroditas, perenes, terrícolas. Endêmica do Brasil. Ocorre no Bioma Mata Atlântica, em floresta ombrófila e estacional, em locais úmidos de mata, Cerrado e cerradão. Amplamente distribuída na região sudeste, chegando até o estado do Paraná, ao sul e Pernambuco, a norte. Apresenta EOO de 983.046,271km². Protegida por Unidades de Conservação. Bem representada em coleções científicas, apresenta coletas recentes. Devido a sua distribuição disjunta e pontual entre estados brasileiros possivelmente levará a categorias de ameaça em avaliações regionais. Não ameaçada no âmbito nacional.

Perfil da espécie:

Obra princeps:

​Nomes populares: maracujá-de-morcego (Espírito Santo); maracujazinho (Minas Gerais) (Cervi, 1997).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido

Ecologia:

Biomas: Mata Atlântica
Fitofisionomia: Floresta ombrófila e estacional, cerrado e cerradão (Cervi, 1997)
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland, 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane, 1.5 Subtropical/Tropical Dry, 3.6 Subtropical/Tropical Moist, 3.7 Subtropical/Tropical High Altitude
Detalhes: Trepadeira lenhosa, encontrada em locais úmidos de mata e cerrado. Fértil durante o ano todo e dispersada por animais.

Ameaças (2):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Agriculture
A degradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25ton/ha/ano. Aproximadamente 45.000km2 do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130ton/ha/ano. O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dos ecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogon gayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000km2 - uma área equivalente ao estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
A Mata Atlântica, Domínio Fitogeográfico onde a espécie se encontra distribuída, é caracterizado pela alta diversidade de espécies e pelo elevado grau de endemismo. A retirada da cobertura vegetal, visando a utilização da área para a agricultura, pastagem, extração de madeira e ocupação humana ao longo dos últimos dois séculos causou a destruição da maior parte desta região, restando hoje cerca de 7% a 8% de sua área original. Devido à ocupação urbana e agrícola, as áreas de mata estão cada vez mais isoladas umas das outras, formando pequenas ilhas de vegetação nativa. Desta forma, a maioria das espécies que vivem nesses fragmentos formam populações isoladas de outras que se situam em outros fragmentos. Para muitas espécies, a área agrícola ou urbana circundante pode significar uma barreira intransponível, o que altera de maneira irreversível o fluxo gênico entre as populações e compromete a perpetuação destas na natureza (Galindo-Leal; Câmara, 2003).

Ações de conservação (2):

Ação Situação
1.2.1.3 Sub-national level on going
Citada na categoria Rara na Lista Vermelha da flora ameaçada de extinção do Paraná (SEMA/GTZ-PR, 1995).
Ação Situação
4.4 Protected areas on going
Ocorre no PARNA Caparaó, Alto Caparaó - MG; PARNA Tijuca, Rio de Janeiro - RJ (CNCFlora, 2011).